segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Soneto


Soneto da separação



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.



De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.



Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes

Um comentário:

[..A Noite..é um Suspiro Completo..] disse...

olá boa noite sou o mantenedor do a noite é um suspiro eterno, gostaria de agradecer por postar meu blog em seu favoritos. obrigado.